Nossa última música



Estou triste, é tudo que posso dizer. Triste. Porque as coisas aconteceram sem ao menos eu perceber, e quando pisquei, éramos inimigos.

E por algum tempo até consegui esquecer que exista, na verdade, as vezes até torcia pra que essa minha fantasia fosse real. Que surpresa desagradável, o destino me lembrou da pior forma que ainda estava por ai, e naquele dia chorei.  Chorei com dor, chorei desesperada, chorei mais do que quando te via beijar outra enquanto fumava meu cigarro.

Estou a ouvir nossa música, bem, não a nossa música, mas sim a última música que foi nossa. Não conseguiria explicar, mas sempre a ouço, eu gosto do drama que ela tem,  gosto de sofrer junto sua letra. Sofro até sentir um aperto no peito.

Mas hoje ela não fez sentido. Ela não me machucou.  Ouvi " tu és o grande amor da minha vida" e não me desesperou, esperei pela parte que ao chegar aos meus ouvidos, aperta meu coração e me embrulha o estômago; " E dia a dia aumenta o meu desejo. .." , nada!

Entretanto ainda me sinto triste, porque agora você morreu, como a rosa vermelha dentro do meu livro. Porque eu não sou mais a sua primeira garota da fila e você, não é mais o meu luar apaixonado.

Uma mensagem as quatro da manhã



Eu te ligaria agora mas sei que deixaria tocar, e desligaria o celular. Ou talvez atendesse, mas então seria você com as chuteiras na mão.

Hoje eu lembrei de quem nós éramos, e de quem queríamos ser, e de quem poderíamos ser. Mas esqueciamos que éramos e por isso hoje fomos. Tu me dava uma rosa, eu exigia o jardim inteiro. Tu me oferecia o mundo,  e eu dizia que sonhava com as estrelas. Há muito tempo não lembrava, mas hoje tudo me fez lembrar.  E por alguns momentos eu tive certeza que te veria abrir a porta com o capacete e as chaves nas mãos. E iríamos sorrir igual crianças, e nossos olhos voltariam a brilhar.

Eu chorei sozinha no banheiro por não achar sentido nesse amor agora. Mas ao mesmo tempo me parece tão normal quanto respirar. Hoje vou dormir com o coração, os olhos, a cabeça, a garganta, e as memórias cheias. Cheias de você. Eu voltei, hoje eu voltei aos seus braços. Hoje voltei ao terno que era nosso amor.

Mas devo dizer que isso não é de forma alguma uma declaração,  pois o que sinto não é declarado. É só mais uma recaida. Talvez seja só alguem contando algo para um amigo,  mas quem mais poderia entender essas minhas palavras?! Talvez eu não deva ter seu contato,  mas não ouse tira lo de mim. Espero não te machucar com minhas memórias, espero que ao final simplesmente sorria.

Minha mente é minha gaiola



Me sinto presa, entre quem eu era e quem eu posso ser. Medo de quem eu posso ser e perder tudo que eu tinha, mas ao mesmo tempo, penso não estar pronta pra voltar e ao mesmo tempo manter minha lucides. 


Talvez o que eu era não me veste agora, e eu ainda não esteja pronta pra jogar fora. Talvez seja só aquela minha tendência a sabotar minha felicidade com ilusões e fantasias sobre quem eu era no passado.



Preciso aprender a olhar só pra frente .

Minha tese doutorada sobre o motivo pelo qual todos malabaristas se vestem igual.



Venho, por meio desta, defender minha tese onde observei que artistas circenses que tem a função de jogar para cima instrumentos conhecidos como "claves", sem derruba-las, se trajem com os mesmos modelos vestuários.

Certo dia, caminhava por caminhos conhecidos, quando me deparei com uma jovem tocando acordeon, me recordei dos filmes da cena alternativa da França. Eu explicaria o porque, mas essa seria outra tese sobre "porque o som doce do acordeon, traz a memoria das pessoas a cena alternativa de cinema da França."; mas hoje estou aqui com um único intuito, deixar claro, na mente do meu leitor, o porque jovens e adultos que praticam malabares, juggler no inglês, tem a mesma preferência ao escolher seus trajes.

Tenho que coloca-los na seguinte situação. A certo tempo, tive a oportunidade de fazer aulas intituladas "escrita criativa", onde tive ensinamentos sobre como dissertar uma idéia deixando meus pensamentos muito claros e elaborados, na forma de texto. Em uma aula regular, o meu mestre, nós ensinou a seguinte sabedoria; peço que a leiam atentamente e sem devaneios; " Quem muito dá voltas, é porque não tem aonde chegar.".

E assim me despeço. Peço perdão aos que sairão confusos, mas talvez precisem entender meu real psique para compreender porque jogadores de instrumentos cônicos ao céu se apropriam das mesmas vestes. 
 
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