Era noite, eu caminhava preocupada por ruas que por mim eram desconhecidas. Rua escura cheia de arvores, meu olhar quase nada enxergava, alem da lua que a cada quadra mais enchia. Percebi que a rua nunca acabará e não encontrava nenhum rosto que conhecia. Notei pro meu tormento que ali agora o vento soprava mas eu não o sentia.
Então estava ali parada, naquele lugar que não via nada, e nada também me ouviria. Gritei então pros sete ventos, pra todos deuses eu clamava, mas por certo acreditava que nem eles entendiam. Distante avistei uma sombra, reconhecia aquela imagem, era meu avô, meu amado, aquele por quem tanto sofria. Dizia com sua voz rouca que muito se orgulhava com a vida que eu levava e com a filha que o destino me oferecia. Seu nome seria Sofia e isso ele mesmo escolhia. Ela me traria a paz e a alegria que eu precisava e a muito tempo em oração pedia.
Assim como veio, desapareceu, não deixou nenhum rastro seu, e no céu a lua ainda mais crescia. Acordei meio assustada, com os olhos cheios de lagrimas, descobri que aquilo não era nada alem de saudade de doía.