Sentimentos presos e sufocados



Eu ia embora, cheguei até a fazer as malas. Estava tudo pronto, dobrei meus sonhos e coloquei-os enfileirados do lado do meu coração. Tomei um trago, tomei um gole, tomei coragem e sai; mas deixei a porta aberta, e por essa fresta ouvi sua voz me chamar.

Você vem, ventania. E eu tento me esconder, mas esse seu vento é o que embala os meus sonhos e nas tuas palavras é que dança o meu coração. Você vai, devaneio. Penso, fujo, escrevo, canto, desenho, desejo. Desejo tão grande que chega a te encontrar até mesmo fora de mim. Acredito não ter contado, mas descobri que a tristeza desse amor é a duvida e a certeza; duvida do seu amor e certeza do impossível. Palavra que destrói.

Mas fica, me faz ter certeza do amor e me faz rir na cara do impossível. Me mostra que tudo pode ser no nosso silêncio e me faz esquecer que eu sei viver sem você.Vem me buscar no inferno, toca tua harpa e me mostra o caminho. Me leva pra tua morada, me apresenta o templo mais florido, com as paredes mais redecoradas, com castiçais e cântaros de bronze. Eu e você, um vinho, o vento e nosso teto de estrelas.Vamos dançar na fogueira, vem ser instinto e nada mais.

Me convence que meu riso é mais gostoso com o seu, e seu olhar é a paz que eu preciso. Me tira da realidade e me leva pro teu poema, me leva pra tua luz vermelha, sobre teu palco listrado. Eu te levo pra Paris, te levo pro mundo. Eu te ensino inglês, francês, espanhol... mas me ensina a amar, eu aprendo contigo. Vamos descobrir como é ser feliz, me faz perder o medo de te amar. Vamos cuidar de anjos.

E eu já não vejo a hora de te contar que mais um texto que fiz pra ti. Você vai acha-lo ridículo, mas nós sabemos coração, não é amor se não for ridículo. Mas de pronto já aviso, a porta continua aberta...

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